Será que a inteligência artificial me vai tirar o trabalho? Será que um profissional com mais talento que eu vai ficar com o meu emprego? Estas questões estarão provavelmente a passar pela cabeça dos seus colaboradores. Será que a pandemia mundial causou uma grande mudança na forma como pensamos e fazemos o nosso trabalho? Em alguns sectores, o medo do futuro do trabalho começa a surgir. No entanto, muitos percebem a importância das emoções humanas e valorizam a lealdade e o trabalho árduo dos seus colaboradores. Como se pode então afastar esse medo dos seus funcionários? Existem duas opções: upskilling ou reskilling. Os dois termos são semelhantes, mas não se deixe enganar: os seus caminhos até ao objetivo final são diferentes. Descubra qual destes se aplica melhor à sua organização e como pode começar a implementá-los e a preparar-se para o futuro.
Qual o mais adequado à sua equipa?
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Upskilling - Preparar para o futuro
De acordo com o último relatório do World Economic Forum sobre o Futuro do Emprego, 50% da mão-de-obra terá de atualizar as suas competências até 2025 para se adaptar ao novo mercado de trabalho. Isto não significa necessariamente que o papel dos profissionais esteja a mudar em relação ao que era antes. Trata-se antes de sermos capazes de adotar novas competências que facilitem o dia de trabalho e nos ajudem a ser mais produtivos, a acompanhar as novas tecnologias e, em última instância, a estar preparados para o futuro.
Um exemplo claro de upskilling é a resiliência, uma soft skill imprescindível que fortalece as equipas em alturas de mudança (como foi e continua a ser durante a pandemia). Antes, estávamos habituados a reuniões cara-a-cara, café com colegas e à rotina escolar dos nossos filhos. Mas, tudo ficou de pernas para o ar e o mundo à nossa volta pediu-nos calma, que fossemos mais resilientes e que enfrentássemos o que quer que viesse com uma atitude positiva, criatividade e flexibilidade. Esta competência poderá ter sido mais fácil de adotar para uns do que outros. No entanto, a boa notícia é que a resiliência é uma capacidade que se desenvolve, não é uma característica inata.
O upskilling começa por tentar perceber quais são as últimas tendências no sector ou função em questão. Há alguma competência que falte na equipa e que se queira cobrir? Há alguma ferramenta que ajude a automatizar um determinado processo em vez de o fazer manualmente? Talvez precise de alguém que saiba programar. Nalguns casos, serão os próprios funcionários a tomar a iniciativa de tentar introduzir uma nova ferramenta de trabalho na equipa que requeira a aprendizagem da utilização da mesma.
Uma vez determinadas as competências de que a sua equipa necessita, reserve algum tempo para se sentar com os colaboradores e avaliar o que eles sentem sobre a melhoria das suas competências. Certamente vários estarão mais do que dispostos e entusiasmados em aproveitar a oportunidade de crescer pessoalmente e aprender novas competências. Mas haverá também aqueles que estão um pouco mais relutantes (seja por medo do fracasso, por medo da mudança ou por uma recusa em mudar a sua forma de trabalhar). Quando se reunir com a sua equipa, tente abordar os seguintes tópicos de forma a incentivar a melhoria de competências:
Desenvolvimento pessoal: "Isto irá ajudá-lo ao nível pessoal a melhorar o seu trabalho atual e prepará-lo para o futuro".
Trabalho de equipa: "A aprendizagem destas novas competências vai ajudá-lo a si e à equipa a avançarem e a aumentarem os seus conhecimentos a nível digital".
Desenvolvimento profissional: "Acrescentar esta competência ao seu leque de ferramentas pessoal irá ajudá-lo a preparar-se para esta função bem como para outras oportunidades que lhe surjam".
Reskilling - A mudança em direção ao futuro
Infelizmente, nem todos os postos de trabalho passam no teste do algodão da digitalização. De acordo com o World Economic Forum, estamos a falar de 75 milhões de empregos em apenas 5 anos. Isto não significa que temos que despedir funcionários valiosos e leais. É aqui que entra a requalificação, que consiste na capacitação de profissionais com um conjunto diferente de competências de forma a mudar a sua função dentro da empresa.
A requalificação permite aos funcionários manterem o seu emprego na empresa, mas com uma função ou título diferente. Por exemplo, as empresas que tiveram de fechar as suas lojas físicas mudaram-se para plataformas de e-commerce. Esta mudança requer que exista uma aprendizagem que facilite a transição do atendimento ao cliente cara-a-cara para o serviço ao cliente atrás de um ecrã.
Ao requalificar os seus colaboradores atuais estará a permitir que a sua empresa economize na recontratação de novos profissionais. Ao mesmo tempo, os colaboradores atuais poderão mudar para outra função dentro da empresa, o que representa uma vantagem, uma vez que estes indivíduos já estão familiarizados com a organização. Esta é uma excelente forma de envolver os funcionários, pois estará a capacitá-los para a requalificação com um novo conjunto de competências, que irão prepará-los para um trabalho que está em expansão, com os olhos postos no futuro.
Não tenha medo do futuro
O futuro pode ser assustador - mas não se deixe enganar. Esta é uma oportunidade para tirar partido das mudanças e não só melhorar individualmente os seus funcionários, mas também as suas equipas e a sua organização. A formação e desenvolvimento são cruciais nesta jornada, por isso, pense onde é que a sua organização quer ir, qual é o impacto na sua equipa e quem é que precisa de melhorar as suas competências (através de reskilling ou upskilling). As chaves para o futuro estão nas suas mãos.
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