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Liderança inclusiva: 6 características a serem desenvolvidas:

O que faz as pessoas se sentirem incluídas na sua organização? Provavelmente, sua resposta girará em torno de aspectos da cultura da sua empresa; tratamento justo e valorização, sentimento de pertencimento e comunicação aberta com colegas de trabalho. Isso tudo é verdade, no entanto, pesquisas* mostraram que esse sentimento de inclusão se resume principalmente à liderança. Então, vamos investigar as características da liderança inclusiva e ver como construí-las na sua organização! 

A liderança desempenha um papel crucial na promoção da inclusão dentro das organizações. O que os líderes dizem e fazem influencia significativamente, representando até 70% do sentimento de inclusão relatado por um indivíduo.* Essa influência é de suma importância, pois quanto mais as pessoas se sentem incluídas, mais propensas estão a se expressar, contribuir com o seu melhor e colaborar, o que, por sua vez, melhora o desempenho geral. Embora os princípios fundamentais da liderança, como estabelecer direção e influenciar outros, sejam intemporais, observamos outras capacidades cruciais para uma liderança eficaz quando se trata de inclusão. De acordo com pesquisas da Deloitte, seis traços são identificados como característicos de uma mentalidade e comportamento inclusivos. Vamos detalhá-los um por um:

1. Comprometimento

Construir uma cultura empresarial diversa e inclusiva na qual as pessoas prosperem, exige comprometimento da liderança. Não apenas porque é um processo que estará sempre em transformação, mas também porque a liderança estabelece o tom da cultura organizacional. Líderes inclusivos enviam uma mensagem clara e lideram pelo exemplo.

Líderes inclusivos estão comprometidos com a diversidade e a inclusão porque esses objetivos estão alinhados com seus valores pessoais e porque acreditam nos benefícios para o negócio. Eles veem a diversidade e inclusão como prioridades empresariais e assumem responsabilidade pessoal pelos resultados de seus esforços, além de alocar recursos para melhorar a diversidade e inclusão no local de trabalho.

No entanto, seu comprometimento não está apenas relacionado aos negócios. Em nível pessoal, eles acreditam que criar uma cultura inclusiva começa com eles mesmos, explicando por que têm um forte senso de responsabilidade pela mudança. Esse compromisso também se reflete em seus comportamentos. Líderes inclusivos não apenas tratam todos os membros da equipe com respeito, mas também compreendem a singularidade de cada indivíduo e tomam medidas para garantir que cada membro da equipe se sinta parte da organização.

2. Coragem

Como explica a especialista em comunicação inclusiva Hanan Challouki no vídeo acima, é preciso coragem para se tornar um líder inclusivo. Líderes altamente inclusivos ousam falar e tomar decisões difíceis. Eles desafiam o status quo e responsabilizam os outros por comportamentos não inclusivos. Isso também os deixa vulneráveis, pois confrontar e agir como agentes de mudança, imediatamente os expõe ao cinismo, resistência e desafios vindos de outros.

Na liderança inclusiva, coragem e humildade andam de mãos dadas. Ser um líder inclusivo também significa falar sobre si mesmo e revelar suas próprias limitações de uma maneira muito pessoal. Em vez de fugir do desafio da imperfeição, líderes altamente inclusivos adotam uma postura de humildade. Eles não hesitam em admitir que não sabem de tudo e reconhecem seus erros, buscando ajuda de outros para superar suas limitações no processo.

3. Inteligência cultural

Para líderes inclusivos, inteligência cultural vai além da capacidade de ter um mapa mental de diferentes estruturas culturais. Envolve também trabalhar bem com indivíduos de diversas origens culturais, ter confiança para liderar equipes multiculturais e ser capaz de utilizar efetivamente tanto a comunicação verbal quanto a não verbal em ambientes multiculturais.

Em resumo, líderes altamente inclusivos são confiantes e eficazes em interações interculturais. Eles demonstram um interesse genuíno em aprender sobre outras culturas, enquanto compreendem como sua própria cultura molda sua visão do mundo e como seus estereótipos culturais podem influenciar suas expectativas em relação aos outros. Embora entender as semelhanças e diferenças culturais seja crucial, uma vez que nem todos enxergam o mundo através do mesmo prisma cultural, líderes inclusivos são motivados a aprofundar sua compreensão cultural e aprender com as experiências de trabalhar em ambientes diversos.

4. Consciência (de preconceito)

Consciência tem tudo a ver com preconceito. E os preconceitos são o calcanhar de Aquiles de um líder, podendo resultar em decisões injustas.

Por isso, líderes inclusivos estão atentos aos pontos cegos pessoais e organizacionais. Eles reconhecem conscientemente seus próprios preconceitos e agem com autoconsciência. Ao reconhecerem que, apesar das melhores intenções, suas organizações têm preconceitos inconscientes, os líderes inclusivos implementam políticas, processos e estruturas para mitigar esses preconceitos existentes, tudo em prol de garantir um ambiente de 'jogo justo'. No entanto, eles entendem que 'justo' não é necessariamente sinônimo de 'igual'. Líderes inclusivos proporcionam aos seus colaboradores oportunidades para desenvolverem seu potencial máximo, mesmo que isso signifique coisas diferentes para pessoas diferentes em momentos distintos.

5. Curiosidade

Com a curiosidade vem o aprendizado e novas ideias, algo de que líderes inclusivos podem se beneficiar de várias maneiras! Líderes inclusivos devem ser curiosos, pois isso os ajuda a ter uma mente aberta e um desejo de entender os outros e sua visão de mundo. Eles aceitam suas próprias limitações (como descrito na coragem) e recebem com entusiasmo as opiniões dos outros para completar o quadro. Fazer perguntas curiosas e ouvir ativamente, sem fazer julgamentos precipitados, são três das principais competências que os líderes inclusivos devem aprender a dominar.

Essa abertura é uma característica que define o comportamento inclusivo, pois dá peso às perspectivas de diversos outros. A curiosidade incentiva a conexão, que por sua vez promove empatia, compreensão de perspectiva e ajuda a facilitar um intercâmbio de ideias mais construtivo, diminuindo os preconceitos.

Como especialista em comunicação inclusiva, Hanan tem alguns conselhos práticos para desenvolver sua curiosidade de liderança:

6. Colaboração

Em sua essência, colaboração significa indivíduos trabalhando juntos como uma equipe, baseando-se nas ideias e pontos fortes uns dos outros para produzir algo novo ou resolver algo complexo. No entanto, em termos de liderança inclusiva, a colaboração passa a ser mais sobre criar um ambiente onde os indivíduos se sintam pessoalmente valorizados e capacitados para contribuir. Para a colaboração funcione, as pessoas devem primeiro se sentir seguras e estar dispostas a compartilhar suas diferentes perspectivas. Porque a colaboração entre pessoas semelhantes é muito mais confortável e fácil, os desafios e complexidades residem em trabalhar com pessoas de diferentes origens e culturas. É por isso que líderes inclusivos incentivam a autonomia, capacitando suas equipes a se conectarem com os outros na busca de diferentes perspectivas. Eles dão às suas equipes a liberdade para contribuir ativamente nas decisões que impactam seu trabalho e as responsabilizam pelo desempenho que podem controlar, tudo para criar um ambiente no qual o pensamento diverso possa florescer. Afinal, uma equipe com pensamento diverso é maior do que a soma de suas partes.

Comunicação

Se você estava contando, provavelmente percebeu que já descrevemos as 6 características da comunicação inclusiva como prometido no título deste artigo. No entanto, com base no episódio do podcast com Hanan, acreditamos que falta uma última, para ser mais preciso: comunicação. 

A comunicação é crucial. Porque é disso que realmente se trata. Como você, enquanto líder, se comunica com pessoas de diferentes origens, de diferentes culturas?

Hanan Challouki

Muitas das características se resumem à comunicação pessoal, interpessoal e de liderança. O que torna a comunicação a competência mais importante para a liderança inclusiva. Ela serve como base fundamental para compreensão, empatia e colaboração. A comunicação eficaz garante que as diversas perspectivas sejam ouvidas, valorizadas e integradas nos processos de tomada de decisão. Permite que as organizações construam um ambiente onde todas as vozes se sintam reconhecidas e respeitadas, independentemente de origem ou identidade. Além disso, líderes inclusivos ouvem ativamente o feedback e buscam ativamente pontos de vista diversos, reconhecendo que a verdadeira inclusão requer diálogo e compreensão contínuos. Em última análise, a comunicação capacita líderes a cultivarem um senso de pertencimento entre os membros da equipe, criando assim uma cultura de trabalho mais inclusiva e equitativa. Afinal, é disso que se trata a liderança inclusiva!

Fontes:
*Harvard Business Review
*Deloitte University Press Report

Quer ouvir o
episódio completo?

Descubra mais insights e dicas de Hanan Challouki em nosso episódio de podcast 'Aprendendo a linguagem da Diversidade e Inclusão'.

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